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Eventos-teste serão termômetro para decisão sobre Réveillon no Ceará

 

“A finalidade dos eventos-teste é exatamente fazer um evento controlado para avaliar esse impacto na transmissão da doença. E é esse impacto que vai apontar possibilidades ou não de flexibilizar cada vez mais os eventos, o número de pessoas por evento, essas coisas”, diz Dolores.

Além do Festival Jazz & Blues, dois jogos de futebol com presença de torcida no estádio foram liberados como eventos-teste. De quarta-feira, 6, até esta sexta-feira, 8, um evento corporativo reuniu ao todo oito mil pessoas no Centro de Eventos, recebendo participantes de diversos estados. Em outubro, quatro eventos-teste são programados na Rede Cuca, em Fortaleza.

Apesar de os protocolos serem planejados e fiscalizados pelo Estado, quem deve monitorar a saúde dos participantes antes e depois do evento são os organizadores. As secretarias municipais de saúde também devem ser notificadas sobre os testes e sintomas do público.

De acordo com Circe Jane Teles, presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins (Sindieventos), o monitoramento está sendo feito por diversos modos de comunicação com os participantes, como e-mail, Whatsapp e telefone. As equipes de organização dos eventos estão delegando funcionários para checar testes, acompanhar sintomas e outras exigências.

A gente tem certeza de que fomos o setor mais prejudicado e, apesar de fazer esse serviço ainda maior, de ter um protocolo muito rigoroso para eventos, pelo menos tem a tranquilidade de que está fazendo o melhor”, diz Circe. Para ela, o monitoramento é um “ônus a mais” para o setor de eventos, mas ainda acredita que seja necessário.

“Outras atividades produtivas não têm essa exigência e aglomeram muito mais, mas a gente colabora porque pactuou esse tipo de serviço com as autoridades sanitárias para que haja evento”, afirma. Circe tem a expectativa de que os protocolos fiquem menos rígidos com o passar do tempo e com o aumento da cobertura vacinal da população.

Como garantir segurança nas festas de Réveillon?

Ainda com uma alta circulação de coronavírus, é difícil garantir a total segurança de um evento. Pessoas vacinadas ainda podem ser infectadas e passar o vírus adiante. No entanto, as máscaras protegem bastante contra a transmissão. Mas mesmo assim, locais fechados e aglomerados podem ter alto risco para mais infecções. Então como garantir a segurança em grandes festas, como o Réveillon de Fortaleza?

Para o infectologista Keny Colares, a soma de medidas de segurança aumenta a proteção. Se a pessoa está em um ambiente ventilado, utilizando máscara, imunizada contra a Covid-19, mantendo distanciamento de outras e foi testada recentemente, as chances de pegar o vírus são muito menores do que se apenas uma dessas medidas fossem adotadas.

“Esses protocolos de segurança trabalham com medidas que não são 100% protetoras. Só que se você soma uma, duas ou três medidas que não são protetoras 100%, você aumenta a proteção. Da mesma forma que no carro a gente utiliza o cinto de segurança e o airbag, nenhum deles é 100% seguro”, explica o médico.

As variações de cenários promovidos nos diferentes eventos-teste podem ajudar as autoridades sanitárias a entender qual será o melhor tipo de combinação de medidas protetoras a ser seguida em outras grandes reuniões, como o Réveillon. “O número de pessoas juntas, a proteção que usam e o ambiente é que podem criar situações que tenham risco muito baixo, alto e intermediário. A gente não conhece todos esses cenários ainda”.

Assim como Keny Colares, a infectologista Melissa Medeiros acredita que os eventos-teste são positivos. No entanto, para ela o fim do ano ainda não é momento para fazer grandes festas de Réveillon. “Acho extremamente arriscado, eventos grandes de confraternização ainda não devem ocorrer”, opina.

Melissa teme que as infecções voltem a subir depois das festas do fim do ano, como aconteceu de 2020 para 2021. Mesmo com o decreto proibindo festas particulares e a reunião de mais de 15 pessoas dentro das casas, aglomerações ainda foram registradas no fim do ano. No início de 2021, os casos voltaram a subir e a segunda onda atingiu o Ceará, que precisou passar por novo período de lockdown.

Apesar de não ter eventos programados de forma oficial pelo Estado ou pelas prefeituras das cidades, festas privadas já são marcadas e ingressos são vendidos em diversas cidades do Ceará, principalmente aquelas litorâneas, que são as mais procuradas para a ocasião.

No momento em que o Estado procura evitar a terceira onda e a transmissão desenfreada de variantes do vírus, a infectologista defende que as comemorações ainda sejam feitas com poucas pessoas, utilizando máscara, em ambientes abertos e evitando beijos e abraços. (Colaborou Ana Rute Ramires)

Com informações do OPovo

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